O ex-jogador Michael Owen, vencedor da Bola de Ouro de 2001, vestiu a camisa do Real Madrid durante a temporada 2004/2005 e revelou a pressão que sofria no clube.
“Assim que tomei a decisão de ir para Madrid, perdi o controle da minha carreira. Foi o fim da percepção que os outros tinham de mim como jogador. É verdade que era o Santo Graal para um jogador, mas também era um lugar onde a pressão é tão grande que você não consegue nem respirar. Não era o que eu esperava”, disse ao The Athletic e o The Guardian.
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Owen foi uma das contratações feitas durante o primeiro período de Florentino Pérez no Real Madrid, no qual o presidente impôs critérios sobre os da diretoria esportiva. Os merengues pagaram 12 milhões de euros pelo inglês e, embora nem tudo tenha sido ruim, o atacante nunca teve muito tempo de jogo e acabou saindo no final da temporada.
Agora, em meio à crise de Kylian Mbappé, o ex-jogador contou sua experiência na Casa Blanca e o relato contextualiza um pouco sobre o que pode estar acontecendo com o francês. A verdade é que o atacante inglês, que já disputou 89 partidas, nunca quis trocar Anfield pelo Santiago Bernabéu.
“Falei com Rafa Benitez e Rick Parry. Foi algo como: ‘Vamos combinar que ficarei por um ou dois anos e depois voltarei’. Inconscientemente, era disso que eu precisava: paz de espírito. Eu realmente não queria ir embora, o Liverpool era o meu clube. Mas eu também me perguntava se acabaria me arrependendo se não tentasse“, disse ele.
Lisonjeado, mas inseguro
Não foi um período fácil, mas Owen optou por se transferir para o gigante espanhol. “Quando soube do interesse do Real, tive emoções contraditórias. Fiquei orgulhoso pelo fato de um clube como esse estar interessado em mim. Fiquei lisonjeado mas, ao mesmo tempo, inseguro. Fiquei quase uma semana pensando e pensando antes de decidir”, confessou.
Na Espanha, conheceu Raúl González Blanco, de quem arrancou uma das Bola de Ouro mais polêmicas da história. Apesar disso, o britânico fez o que foi contratado para fazer: marcar gols. No entanto, a experiência acabou sendo passageira, com 45 jogos e 16 gols.
“O Real Madrid é um clube com história, glamour e tudo o que um jogador de futebol sonha. Mas, quando você chega lá, percebe que pode ser um lugar onde você perde sua essência. No meu caso, isso custou minha vida profissional”, afirmou.
