O jogo entre Cruzeiro e Palmeiras na noite desta quarta-feira (4), às 21h30, no Mineirão, pela 37ª rodada da Série A do Brasileirão, será mesmo disputado com portões fechados. A decisão foi tomada após a CBF não receber garantias da Polícia Militar de Minas Gerais para a presença das duas torcidas no estádio.
Em nota, o Cruzeiro expressou sua insatisfação e indignação com o desenrolar do caso, alegando que encaminhou um ofício à Polícia de Militar de Minas Gerais na noite dessa terça-feira (3) para que a corporação desse garantias à CBF, que havia autorizado, na véspera do confronto, a presença das duas torcidas no Mineirão.
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A CBF, segundo o Cruzeiro, esperou uma resposta da PM mineira até 0h, mas a autorização não foi dada em tempo hábil, com o posicionamento da corporação sendo divulgado apenas na manhã desta quarta-feira (4). Com todas as possibilidades esgotadas, o clube acatou então a decisão da CBF de não ter público.
No mesmo comunicado, o Cruzeiro aponta que vinha externando sua preocupação quanto à segurança para a partida contra o Palmeiras desde o dia 18 de novembro.
No período das conversas com os interlocutores de todos os meios responsáveis, o Ministério Público de Minas Gerais recomendou a proibição da presença de palmeirenses no estádio – atitude que foi justificada em função dos episódios de violência entre organizadas dos dois clubes.
A CBF e o Palmeiras não concordaram com a solicitação e o imbróglio se formou. O Cruzeiro declara que buscou meios de garantir que torcedores dos dois times comparecessem ao confronto, optando pela torcida única apenas em último caso. Sem uma resolução por parte dos envolvidos nas conversas, o caminho encontrado foi pela partida com portões fechados.
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Na nona posição do Brasileirão, com 49 pontos, o Cruzeiro ainda luta pela possibilidade de garantir uma vaga na Pré-Libertadores do próximo ano. Uma vitória sobre o Palmeiras recolocará a Raposa no G8. Brigando pelo título nacional, o Palmeiras é o vice-líder, com 70 pontos, três atrás do Botafogo, que também joga nesta quarta-feira contra o Internacional, no mesmo horário, às 21h30.
Veja abaixo a nota oficial do Cruzeiro:
O Cruzeiro vem a público manifestar sua profunda insatisfação e indignação com o desenvolver dos acontecimentos que culminaram com a decisão que a partida desta noite aconteça com os portões fechados.
Desde o dia 18 de novembro, o clube tem atuado ativamente com interlocuções com todos os meios responsáveis, como Governo do Estado de Minas Gerais, Ministério Público, Polícia Militar de Minas Gerais, Confederação Brasileira de Futebol, Federação Mineira de Futebol e Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
A partir do primeiro momento, o Cruzeiro deixou claro sua preocupação com o quesito segurança para a partida em questão, devido aos recentes acontecimentos registrados de violência. Dessa forma, pediu garantias aos órgãos de segurança para que a partida acontecesse com as duas torcidas e, caso não fosse possível, que ao menos a torcida cruzeirense tivesse acesso ao estádio, uma vez que não podia ser penalizado por atos que não foram de sua responsabilidade.
Ente os dias 26 e 29 de novembro, o Cruzeiro se reuniu com Marcel Dornas Beghini, Secretário Geral do Estado de Minas Gerais, e com o comandante geral da Polícia Militar de Minas Gerais, Cel. Carlos Frederico Otoni, solicitando as garantias de segurança para a partida com as duas torcidas.
Com a ausência destes, a Confederação Brasileira de Futebol determinou que a partida fosse disputada sem a presença da torcida e, na noite dessa terça-feira, (03) enviou ofício à Polícia Militar de Minas Gerais pedindo reconsideração sobre as garantias de segurança, para que pudesse viabilizar a realização da partida com a presença dos torcedores. A CBF aguardou retorno até às 00h e, então, determinou que a partida entre Cruzeiro e Palmeiras não poderia receber público.
O Posicionamento público da Polícia Militar de Minas Gerais, avaliada pelo Cruzeiro como a melhor do Brasil, reconsiderando as garantias de segurança para a partida aconteceu somente na manhã desta quarta-feira. Este fato, somado à determinação da CBF desta madrugada, mantendo os portões fechados, inviabilizaram toda a complexa operação para a partida como questões de segurança, serviços e comercialização de ingressos.
Sendo assim, esgotadas todas as possibilidades para que o clube cumpra o que tem como princípio; a presença das duas torcidas, o Cruzeiro cumprirá a determinação da CBF. Ressaltamos novamente que o clube trabalhou incansavelmente para defender os interesses de sua torcida e, até o último momento, trabalhou para que a Nação Azul pudesse estar presente e apoiar a equipe no Mineirão.
Veja abaixo a nota oficial do Mineirão sobre o caso:
Com relação ao jogo entre Cruzeiro e Palmeiras, nesta quarta-feira (4), às 21h30, pelo Campeonato Brasileiro, o Mineirão informa que, apesar de todos os esforços empreendidos, não há mais tempo hábil para a realização da partida com a presença de público no estádio.
Em reunião realizada pela Federação Mineira de Futebol (FMF), com o clube, Mineirão e órgãos públicos competentes, iniciada às 17h15 dessa terça-feira (3), ficou estabelecida a realização do jogo com portões fechados, mas com a possibilidade de realização de nova reunião para, se possível, os participantes ajustarem o plano de ação da partida. Esta possibilidade dependeria de uma decisão, até às 20h do dia 03/12, do órgão competente, no sentido de abertura dos portões – o que não aconteceu.
Ressaltamos que a organização de um evento esportivo com a magnitude de um jogo de futebol profissional exige um planejamento detalhado e a mobilização de uma grande quantidade de recursos humanos e materiais. A convocação e coordenação de mais de 1.000 profissionais, como vigilantes, brigadistas, orientadores de público e equipe de limpeza, são apenas alguns exemplos das atividades que precisam ser planejadas e providenciadas com antecedência para garantir a segurança e o andamento de uma partida.
A prioridade absoluta do Mineirão é garantir a segurança e a experiência positiva de famílias, torcedores, atletas e comissão técnica que frequentam o estádio, o que se mostrou inviabilizada em função da presença de público ter sido uma possibilidade concreta com apenas 12 horas de antecedência da partida.