Gabigol fará a despedida do Flamengo contra o Vitória neste domingo (8), pela 38ª rodada do Brasileirão. Em seis anos, o atacante escreveu seu nome na história do clube carioca, eternizado como herói de duas conquistas de CONMEBOL Libertadores, entre vários outros títulos.
No entanto, além de muitos gols (160 no total) e títulos (13, igualando Zico e Júnior na lista de maiores vencedores), Gabigol também colecionou polêmicas. O ESPN.com.br relembra os 10 momentos mais marcantes – positivo ou negativos – da passagem do ídolo.
Chegada por empréstimo e título carioca
Contratado no início de 2019, Gabigol chegou para ser o centroavante da equipe que buscava uma virada de chave após anos sem títulos de expressão.
Rapidamente, o então camisa 9 caiu nas graças da torcida rubro-negra. Foi campeão carioca logo na sua primeira competição e deu mostras de que aquele ano seria de fato histórico para a sua carreira e para o Flamengo.
Herói da Libertadores
Depois de 38 anos sem conquistar uma Libertadores, o Flamengo enfim conquistou a América pela segunda vez. E teve em Gabigol o seu principal nome, em especial na final contra o River Plate.
Os dois gols da histórica virada em três minutos contra os argentinos saíram dos pés do artilheiro. Um momento que o torcedor rubro-negro jamais vai apagar da mente – relembre a conquista da Libertadores no documentário ‘A Glória Por Eles’, produção original ESPN no Disney+. Gabigol fechou a Libertadores com 9 gols, sendo o artilheiro da competição.
Artilheiro do ano
Além da Libertadores, Gabigol também conquistou o Brasileirão. E novamente como artilheiro.
O camisa 9 deixou a marca dele 25 vezes naquela competição. Motivos suficientes para que o Flamengo investisse na sua contratação em definitivo.
Contratação em definitivo
Depois de um ano emprestado pela Inter de Milão, Gabigol foi comprado em definitivo pelos cariocas. O investimento feito foi de 18 milhões de euros. Um contrato de cinco anos, até o fim de 2024, foi assinado para a alegria dos rubro-negros.
Campeão brasileiro de novo decisivo
Jorge Jesus deixou o Flamengo, que sofreu um baque. Irregular no Brasileirão, a equipe arrancou na reta final, já sob o comando de Rogério Ceni e faturou o bicampeonato da competição.
Em um ano marcado por pandemia da COVID-19 e algumas lesões, Gabigol também não escapou desses problemas. Ainda assim, se recuperou e foi determinante na reta final de 2020.
Fez seis gols nos últimos sete jogos, colocando a equipe rubro-negra na ponta na penúltima rodada. E levou mais um caneco para a Gávea.
Vices em 2021 e ‘reclamação da torcida’
Em 2021, Gabigol viveu o primeiro momento turbulento no Flamengo. Sem nenhuma grande conquista, o atacante amargou com o clube o vice do Brasileirão e da Libertadores – essa última, também com marca do atacante na derrota por 2 a 1 para o Palmeiras.
No entanto, em dezembro de 2021, quando perguntado sobre a pressão depois dos vices da Libertadores e do Brasileirão em 2021, ele criticou a exigência da torcida “quando perde enche o saco”. “Fico pensando uns flamenguistas de um tempo atrás que não ganhavam nada, os caras não ganhavam nem carioca”. Ali, um ruído começou a ser feito com a torcida.
Apesar disso, Gabigol viveu um ano individual muito bom. Foram 34 gols e 10 assistências em 45 jogos disputados.
Nova função e mais um título de Libertadores
Depois de o Flamengo “empacar” em 2021, Gabigol voltou a ser protagonista em títulos. E em uma nova função.
Com Pedro vivendo o melhor momento desde que chegou em 2020, Gabigol deixou de ser a referência do ataque. Sacrificou-se e saiu mais da área para deixar o companheiro, que se tornou o “Rei da América” daquele ano, brilhar.
Mesmo assim, o bi da Libertadores saiu dos pés de Gabigol. O camisa 9 mais uma vez aproveitou o oportunismo e fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Athletico-PR. Além disso, foi campeão também da Copa do Brasil.
Quatro gols em finais, dois títulos. Gabigol fazia ainda mais história no Flamengo. Só que o ano seguinte viria para conturbar a relação.
Camisa 10 e ‘crise’ com diretoria
Com a aposentadoria de Diego Ribas, Gabigol recebeu a histórica camisa 10 do Flamengo. Ainda mais responsabilidade para um ídolo eterno.
Por muitos jogos, Gabigol também foi o capitão. Durante a temporada, uma renovação por cinco anos com a diretoria chegou a ser apalavrada. Só que Gabigol, ao lado do Flamengo, teve um ano bastante ruim, sem conquistas importantes. E a relação azedou.
O presidente Rodolfo Landim voltou atrás na proposta de renovar com o atacante por cinco anos. Por outro lado, Gabigol fazia questão de concretizar o acordo feito com a diretoria. E o assunto se arrastou para a temporada seguinte, a última do seu contrato assinado em 2020.
Renovação emperrada e polêmicas
Com a renovação travada, Gabigol viu a diretoria escolher Tite como técnico ainda em 2023. Sem jogar na reta final da temporada, o camisa 10 precisava mostrar para o comandante que tinha condição de atuar.
Só que o passado pesava, além da fase técnica ruim. Em 2022, Gabigol inflamou a torcida do Flamengo durante a festa pelas conquistas da Libertadores e da Copa do Brasil para que os rubro-negros xingassem Tite.
Na época, o técnico não convocou Gabigol, multicampeão pelo Flamengo, para a seleção brasileira, que naufragou nas quartas de final mais uma vez.
Em 2024, Gabigol colecionou mais polêmicas. A maior delas foi quando vestiu a camisa do Corinthians, em uma foto vazada. Ele chegou a perder a camisa 10 e virou o 99 do Flamengo. Teve ainda o afastamento por fraude em exame antidoping.
A torcida ficou na bronca com o jogador e acabou o xingando em algumas partidas. Sem jogar com Tite, “tretado” com a diretoria e vaiado pela torcida, Gabigol iniciava ali uma reta final da sua passagem pelo time carioca.
Sobrevida com Filipe Luís, título e despedida
Só que o insucesso de Tite à frente do Flamengo fez Gabigol ganhar uma sobrevida. O técnico foi demitido, com Filipe Luís assumindo o comando. O outro ídolo do clube e agora treinador tinha em Gabigol como a esperança do ataque sem Pedro, lesionado.
Filipe Luís assumiu o Flamengo na semifinal da Copa do Brasil, avançou à decisão e foi premiado na decisão. Gabigol foi o autor de dois gols na vitória por 3 a 1 sobre o Atlético-MG.
No jogo seguinte, outra vitória do Flamengo e título conquistado. Só que a festa do penta foi “apagada” em partes por Gabigol. Após a partida, o ídolo rubro-negro dava uma entrevista bombástica e revelava que não iria ficar no clube. Gabi ainda disse que Tite não o respeitava.
Depois disso, diante da confusão criada, Gabigol chegou a ser afastado pelo Flamengo. Voltou depois de alguns jogos e seguiu sem emplacar. Agora, fará sua despedida diante do Vitória.
O Maracanã estará lotado para se despedir do maior ídolo dessa geração. O futuro de Gabigol ainda é uma incógnita. A certeza é de que o atacante está eternizado na história rubro-negra.
