Após três jogos no comando do Rennes, Jorge Sampaoli conseguiu apenas uma vitória e já sofreu duas derrotas. Um registro sem brilho, especialmente após a derrota por 1 a 0 no último fim de semana no clássico bretão contra o Nantes. O time ocupa, atualmente, a 12ª posição na Ligue 1.
Quando se pensa em Jorge Sampaoli, nem tudo são rosas, muito pelo contrário. Excelente na parte tática e com um estilo de jogo próprio, o argentino também é sinônimo de instabilidade.
Confira a classificação da Ligue 1
Se não são os resultados que o fazem perder seu cargo, o treinador de 64 anos é capaz de sair pela porta se perceber que um clube não o está acompanhando em suas pretensões. E isso pode acontecer mesmo que ele tenha conseguido garantir uma vaga direta para a Liga dos Campeões.
Foi o que aconteceu no Olympique de Marselha em 1° de julho de 2022, quando ele decidiu pedir demissão, julgando que o clube não tinha “dinheiro suficiente” para contratar os jogadores que ele queria. Isso apenas uma semana antes do início da pré-temporada.
Imagine o estresse interno do clube para encontrar um substituto em questão de horas/dias. No entanto, eles tiveram o talento de trazer Igor Tudor.
Montanha russa
Jorge Sampaoli mostra, desta forma, uma garantia de instabilidade estrutural. Este exemplo aconteceu no Marselha, mas também pode se estender para dentro das quatro linhas. Em várias ocasiões no Marselha, os jogadores não sabiam o que fazer antes de uma partida ou que mudança tática seria feita durante o jogo.
Em seu retorno ao Sevilha, Sampaoli ficou apenas 5 meses, culpa de um histórico esportivo muito fraco, com 13 vitórias, 6 empates e 12 derrotas. Ele se juntou ao Flamengo em abril de 2023, mas foi demitido em setembro do mesmo ano após ser eliminado prematuramente da Copa Libertadores.
Jorge Sampaoli é o homem certo?
Restaurar a estabilidade do Rennes foi a palavra de ordem quando o novo presidente do clube, Arnaud Pouille, foi anunciado em outubro passado.
Julien Stéphan foi demitido algumas semanas depois por causa dos resultados ruins, e o dirigente resolveu substituí-lo. Como explicado acima, ele é exatamente o oposto de um técnico de longo prazo, considerando seus resultados recentes no clube.
“Sei no que estou me metendo”, disse o presidente do Rennes no dia da sua apresentação.
“Não estamos em uma boa posição e a melhor maneira de lutar pela Europa no final da temporada é subir gradualmente na tabela. Agora temos de ver como podemos trabalhar juntos para voltarmos a ter sucesso a longo prazo”, afirmou.
Essas foram as palavras ditas há pouco mais de um mês, em um momento em que o ex-técnico ainda não estava na berlinda. Os objetivos dos Vermelhos e Negros forçaram os diretores bretões a seguir em frente, daí a importância de procurar um novo técnico.
Habib Beye e Sergio Conceição também estavam na lista de opções, mas o Rennes preferiu a experiência de Sampaoli na Ligue 1 com o Marselha.
Sem convencer
Até agora, o registro não foi satisfatório, deixando de lado a primeira partida contra o Lille (1 a 0). É verdade que o Rennes venceu confortavelmente o Saint-Etienne (5 a 0), mas essa partida ainda não pode servir de referência, dado o estado dos Verts e o contexto do jogo, atuando com um jogador a mais. Uma semana depois, a derrota por 1 a 0 para o Nantes já levantou uma série de questões.
A equipe Rennes foi construída para um técnico como Sampaoli? Será que o argentino tem todas as cartas na mão para levar o projeto rubro-negro a bom desempenho?
E o que acontecerá internamente, seja nos escritórios ou no vestiário, se o Rennes não conseguir se recuperar? Será que ele é o técnico certo para assumir uma equipe em crise de confiança e de resultados? A primeira pista virá neste domingo contra o Angers, embora o argentino não esteja no banco de reservas depois de ter sido expulso na semana passada.
