“Lula não sobe a rampa” diz roteiro do golpe feito à mão; veja fotos

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Documento que dizia “Lula não sobe a rampa” estava na mesa de braço direito de Braga Netto, na sede do PL.




Braga Netto e Bolsonaro estão entre os 37 indiciados

Braga Netto e Bolsonaro estão entre os 37 indiciados

Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Durante as investigações sobre tentativa de golpe de Estado, a Polícia Federal apreendeu um documento manuscrito na sede do partido de Jair Bolsonaro e Braga Netto, o Partido Liberal (PL), com o detalhamento de ações planejadas para efetivar o plano ilegal chamado “Operação 142”. O documento previa ações como “linhas de esforço”, “interrupção do processo de transição”, “mobilização de juristas e formadores de opinião” e “enquadramento jurídico do decreto 142 (Advocacia-Geral da União e Ministério da Justiça)”.

Segundo a PF, há tópicos com siglas e jargões próprios do “militarismo como ‘CG Pol’ (Centro de Gravidade Político), com a descrição de medidas autoritárias, que demonstram a intenção dos investigados em executar um golpe de Estado para manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder: ‘Anulação das eleições’, ‘Prorrogação dos mandatos’, ‘Substituição de todo TSE’ e ‘Preparação de novas eleições’.



Manuscrito sobre ações para efetivar golpe de Estado apreendido na sede do PL.

Manuscrito sobre ações para efetivar golpe de Estado apreendido na sede do PL.

Foto: Reprodução/Polícia Federal

O material estava “mais especificamente na mesa do assessor do general Braga Netto, coronel [Flávio Botelho] Peregrino, em uma pasta denominada ‘memórias importantes'”. O relatório da PF, tornado público nesta terça, 26, por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, informou que foi encontrado o esboço de ações planejadas da ‘Operação 142’. O material “evidencia a preocupação dos investigados com a possibilidade da existência de uma minuta física relacionada ao art. 142 da Constituição Federal encontrada pela Polícia Federal. O documento é manuscrito”.

O nome dado ao documento faz alusão ao art. 142 da Constituição Federal, que desde a eleição de 2018 é interpretado por Bolsonaro como um mecanismo legal para intervenção militar. O art. 142 foi discutido durante o planejamento de golpe de Estado, segundo a PF.

“Por fim, sob o tópico EFD Pol (Estado Final Desejado Político), destaca-se o texto ‘Lula não sobe a rampa’, com a clara alusão ao impedimento de que o vencedor das eleições de 2022 assumisse o cargo da presidência”. Para a PF, o documento demonstra que Braga Netto e seu entorno tinham “clara intenção golpista, com o objetivo de subverter o Estado Democrático de Direito, utilizando uma intepretação anômala do art. 142 da CF, de forma a tentar legitimar o golpe de Estado”.

A PF transcreveu em um esquema as informações do manuscrito, veja a seguir:



Documento apreendido na sede do PL e transcrito pela Polícia Federal.

Documento apreendido na sede do PL e transcrito pela Polícia Federal.

Foto: Reprodução/Polícia Federal

Em declarações públicas, Bolsonaro e Braga Netto negaram envolvimento e participação em tentativa de golpe de Estado.





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