PMs que faziam segurança de empresário morto em aeroporto tiveram suposto problema em carro antes de atentado

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Polícia investiga possível envolvimento dos agentes no crime, mas defesa nega participação

10 nov
2024
– 23h15

(atualizado às 23h19)




Carro preto, que estava com dois seguranças, retorna ao estacionamento próximo ao Aeroporto de Guarulhos para verificar o que aconteceu com o carro branco, que estava com o capô levantado

Carro preto, que estava com dois seguranças, retorna ao estacionamento próximo ao Aeroporto de Guarulhos para verificar o que aconteceu com o carro branco, que estava com o capô levantado

Foto: Reprodução/Fantástico

Quatro policiais militares eram responsáveis por fazer a segurança, de maneira informal, do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, assassinado na última sexta-feira, 8, no Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos. Eles estão sendo investigados pela polícia após um suposto problema no carro deles que ocorreu antes da morte de Vinicius. 

Vinicius foi alvejado a luz do dia com 10 tiros por criminosos da facção criminosa PCC, quando chegava de uma viagem feita para Maceió (AL) com a namorada. Ele era delator do PCC e tinha um acordo com o Ministério Público de São Paulo. Outras três pessoas também ficaram feridas no atentado.

Imagens cedidas ao Fantástico, da TV Globo, mostram que os seguranças de Vinicius não chegaram a tempo no aeroporto antes de ele ser assassinado. Eles se dividiram em dois carros, um preto e um branco, para buscar o empresário no aeroporto. Antes de chegar lá, eles pararam em um estacionamento próximo por volta das 13h.

No carro branco estavam dois seguranças, o filho e o sobrinho do corretor de imóveis, enquanto no carro preto estavam os outros dois policiais. Nas imagens, é possível ver que, após uma parada para comer em uma conveniência ao lado do estacionamento, os seguranças do carro branco entram e saem do carro para abrir o capô. O carro preto, que já havia saído do local, retorna para verificar o que aconteceu. O empresário foi morto 15 minutos depois. 

Os PMs foram ouvidos e estão afastados das funções da corporação. Em nota, a Polícia Civil afirmou que armas que estavam em mochilas encontradas nas proximidades do aeroporto serão periciadas, tendo em vista que elas podem ter sido utilizadas para alvejar o corretor de imóveis. 

Vinicius trazia na mala joias avaliadas em R$ 1 milhão que seriam, de acordo com a investigação, o pagamento de uma dívida e um dos motivos para ele ter viajado. O advogado dos seguranças, Guilherme Flauzinho, negou envolvimento dos policiais com o crime. “Eles estavam apenas trabalhando. Cuidavam do filho do Vinicius como se fosse filho deles”.

O empresário se recusou a integrar o programa de proteção a testemunha oferecido pelo Ministério Público (MP) de São Paulo. Em vídeo veiculado pelo Fantástico, Vinicius aparece em uma audiência na qual solicita uma escolta policial, mas lhe é oferecido a integração no programa de proteção.

“Não se enquadra no meu estilo, doutor”, disse. De acordo com a delação, os esquemas de lavagem de dinheiro do PCC, do qual Vinicius confirmou sua participação, também tinham policiais envolvidos.

O corretor solicitou “mais segurança” ao MP depois de ter sofrido um primeiro atentado em 25 de dezembro de 2023. Vários tiros foram disparados contra um apartamento em que ele estava, mas a tentativa não foi bem sucedida.

“Cada vez mais eu preciso de mais segurança. Então, eu precisava de um amparo de vocês também, porque vocês estão falando com um morto-vivo hoje”, pediu o empresário em audiência com o MP. 

Oito dias antes de ter sido assassinado, o empresário fez uma denúncia à Corregedoria da Polícia Civil. Ele afirmou que havia sido roubado por investigadores e que, na primeira vez que foi preso, por suspeita de ter assassinado pessoas ligadas ao PCC, levaram uma bolsa com R$ 20 mil de sua casa e uma caixa com coleção de relógios luxuosos.

A caixa foi devolvida, mas com cinco relógios a menos. Ele informou que, posteriormente, reconheceu um desses relógios em fotos nas redes sociais de um dos policiais. De acordo com Vinicius, as imagens foram apagadas depois que ele fez a denúncia.



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